Saiba como se preparar e reforçar imunidade nos grupos de risco
Num período em que Portugal pode estar a enfrentar uma segunda vaga de Covid-19, entendemos que é essencial proteger os grupos de risco, ainda mais porque vamos entrar na época tradicional da gripe. Nunca, como agora, foi tão evidente a importância de garantirmos a proteção de quem está mais fragilizado.
Doenças graves como a Pneumonia e Gripe são potencialmente fatais e transversais à sociedade. No entanto, e apesar de a podermos evitar através de vacinação, a pneumonia continua a matar uma média de 16 pessoas por dia no nosso País. Na época da gripe ainda se verifica um aumento do número de episódios. Nesta altura, e neste ano em particular, é fundamental que se aposte na prevenção de doenças para as quais já existe vacina.
Neste período de grande incerteza devido ao atual crescimento dos casos de Covid-19, todas as pessoas com mais de 65 anos, só pelo fator idade, constituem um grupo de risco. Queremos evitar que desenvolvam infeções respiratórias graves e isso só é possível com a administração da vacina da gripe e antipneumónica.
Doenças crónicas e COVID-19
As doenças crónicas em geral são fatores de risco para mortalidade e incapacidades associadas à COVID-19. As doenças respiratórias nomeadamente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, a Bronquite Crónica, a Asma, a Fibrose Pulmonar e a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono, sobretudo se não tratadas e controladas, conferem um risco ainda maior para infeção por SARS-Cov2 (novo coronavírus responsável pela COVID-19) e por outras infeções respiratórias sazonais (Gripe e Pneumonia).
Em função dos constrangimentos provocados pela reorganização dos cuidados de saúde, assistimos recentemente a um aumento marcado do número de casos de doença crónica não controlada. Nesse sentido, devemos agir com a maior brevidade possível para mitigar o impacto negativo que o próximo Inverno poderá constituir para estes doentes. A estratégia-chave é prevenção. Para isso, devemos:
- Manter consultas e exames de rotina regulares;
- Estar atento ao aparecimento de novos sintomas como febre, dificuldade respiratória, pieira, dor no peito, mudanças do volume e purulência da expetoração ou da tosse;
- Evicção tabágica, alimentação equilibrada, prática de exercício físico e boa higiene do sono;
- Adquirir uma boa higiene respiratória: lavagem frequente das mãos, utilização de álcool-gel e máscara, tossir ou espirrar na direção do cotovelo, distanciamento social, não frequentar locais com muita gente, fechados e pouco arejados.
- Cumprir rigorosamente a medicação prescrita;
- Saber utilizar corretamente os dispositivos inalatórios (inaladores pressurizados, câmaras expansoras, inaladores de pó seco) e ventiladores não invasivos.
- Administração da vacina anual da gripe e da vacina pneumocócica, em grupos de risco e, especialmente, em pessoas com mais de 65 anos.
Fonte: Dr. José Coutinho Costa – Pneumologista – Equipa COGE