Em que consiste uma infeção respiratória?

Ocorre quando uma parte do aparelho respiratório é afetada por um microrganismo que pode ser um vírus, uma bactéria, um fungo ou um parasita. Todas as partes do aparelho respiratório podem sofrer uma infeção: nariz (rinite); seios perinasais (sinusite); faringe (faringite); laringe (laringite); brônquios (bronquite); pulmão (pneumonias) e pleura (pleurite).

Embora a maioria sejam benignas, elas são muito frequentes e podem ser fatais. Por exemplo, as pneumonias são a terceira causa de mortalidade humana e a tuberculose ocupa o sétimo lugar. Em Portugal, estima-se que ocorram anualmente, mais de 800 mil casos de infeções respiratórias, 150 mil das quais são pneumonias

Sintomas

Dependem da localização da infeção e da sua gravidade. As queixas mais comuns são a congestão e corrimento nasal, a tosse, dores de garganta e no corpo, fadiga e febre. De um modo geral, os sintomas iniciam-se um a três dias após exposição ao agente. Em casos mais avançados pode surgir dificuldade respiratória, tonturas, alterações da consciência que exigem uma avaliação urgente.

Causas

O aparelho respiratório está permanentemente exposto a agentes infeciosos que o podem atingir geralmente por via inalatória (através do ar que respiramos).  Dentro dos diversos microrganismos que podem causar infeção respiratória, os vírus são os mais comuns. Dentro das bactérias, as mais frequentes são o Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, Haemophilus influenzae e Chlamydophila pneumoniae.

Diagnóstico

O exame médico é essencial na avaliação da infeção respiratória. Em muitos casos, não são necessários exames adicionais e o tratamento pode ser prontamente definido.

Tratamento

Depende da localização, dos fatores de risco e do agente responsável. Para as infeções causadas por vírus, não existem medicamentos específicos e o tratamento baseia-se no alívio das queixas. Podem ser úteis analgésicos, descongestionantes nasais ou remédios para a tosse. No caso das bactérias, existem diversas classes de antibióticos que devem ser sempre selecionadas pelo médico.

Prevenção

A manutenção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico, não fumar são essenciais para prevenção das infeções respiratórias. A existência de ar de baixa qualidade favorece a ocorrência de infeções e é um veículo para a transmissão de microrganismos. Existem atualmente medicamentos que pertencem à família das vacinas (imunoterapia) e que ajudam a aumentar a resistência às infeções respiratórias. Estes fármacos têm a capacidade de estimular a atividade das principais células e protegem o aparelho respiratório das infeções. Habitualmente são administrados por via oral.

Imunoterapia bacteriana

A resistência aos antibióticos tem sido um foco de preocupação nos cuidados de saúde pública.

Aproximadamente 65% dos agentes causadores de infeções humanas foram bactérias que favorecem infeções crónicas e, por sua vez, o uso frequente de antibióticos.

Vacinas imunoestimulantes de origem bacteriana têm sido utilizados como tratamento adjuvante aumentando as respostas imunológicas e estimulando o sistema imunológico inato.

A via sublingual tem sido usada há muitos anos como imunoterapia não invasiva e eficaz para o tratamento de alergias respiratórias a uma variedade de alérgenios. Recentemente, a administração sublingual de preparações bacterianas tem sido eficaz em estimular a imunidade humoral específica e mediada por células.

Estas preparações bacterianas apresentam uma maior probabilidade de gerar as respostas imunes e adaptativas, permitindo atingir níveis de imunidade sistêmica sobreponíveis a vacinas injetáveis convencionais, sendo um método extremamente eficaz para prevenção das infeções respiratórias.

Fonte: Dr. José Coutinho Costa – Pneumologista – Equipa COGE