A menopausa é uma etapa fisiológica da vida da mulher, que corresponde ao final da sua capacidade reprodutiva.

A gradual deterioração do eixo endócrino hipotálamo-hipófise-ovários provoca uma deficiência progressiva de estrogénios (hormonas sexuais femininas). Nos anos de transição antes da menopausa, já se verificam irregularidades menstruais e é nessa fase que podem começar os sintomas relacionados com a menopausa. Estes ocorrem em mais de 85% das mulheres. Os sintomas de menopausa mais comumente observados são “fogachos”, secura vaginal e distúrbios do sono. Pode ainda haver sintomas depressivos, alterações de humor, dificuldades de memória e/ou concentração, assim como maior risco de doença cardiovascular, osteoporose, … A gravidade, frequência e duração dos sintomas é muito variável de mulher para mulher. Na maioria dos casos os sintomas cessam espontaneamente até 5 anos, contudo estes podem durar muito mais tempo.

A terapêutica hormonal de substituição é o tratamento mais efectivo no controlo dos sintomas, em especial os vasomotores, contudo esta não está recomendada por rotina, sendo importante considerar os seus riscos vs benefícios. As mulheres devem ser avaliadas por profissionais de saúde e a necessidade e/ou tipo de terapêutica deve ser individualizada de acordo com fatores clínicos assim como preferências da mulher em causa.

Devem também ser abordadas questões relacionadas com a adoção de um estilo de vida saudável, nomeadamente alimentação saudável, prática de exercício físico regular, eventual cessação tabágica, eventual redução do consumo de álcool, perda de peso, etc.

Na minha opinião a menopausa tem um carácter transversal envolvendo vários grupos de profissionais de saúde. Assim, sempre que possível, a mulher deve ser avaliada por uma equipa multidisciplinar com ginecologistas, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, médicos de Medicina Geral e Familiar, entre outras especialidades.

Fonte: Dra. Teresa Azevedo – Endocrinologista Equipa COGE