O olho seco (ou síndrome de olho seco) é uma doença oftalmológica multifatorial, muito frequente e com um grande impacto na qualidade de vida dos doentes. É caraterizada por instabilidade do filme lacrimal, decorrente de uma produção insuficiente de lágrima ou da sua evaporação excessiva.

As lágrimas protegem a superfície ocular das infeções e efeitos nocivos do meio ambiente. O filme lacrimal contêm proteínas, lipídios, enzimas e minerais. A presença de todos estes componentes permite obter lágrima de qualidade para hidratar e lubrificar a córnea.

O filme lacrimal é constituído por camadas lipídica, aquosa e mucosa. A camada lipídica, a mais superficial do filme lacrimal, impede a evaporação da lágrima. A camada aquosa, é composta por múltiplas proteínas, eletrólitos e água, tem propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas. A camada mucosa, constituída por múltiplas mucinas, permite a estabilidade do filme lacrimal. 

Quando algum destes constituintes é alterado em quantidade ou em qualidade, ocorre o olho seco.

Sintomas

Os principais sintomas da síndrome de olho seco são:

  • Desconforto ocular.
  • Dor nos olhos.
  • Olho vermelho.
  • Sensação de corpo estranho ou areia.
  • Ardência ocular.
  • Lacrimejo.
  • Visão desfocada.

Classificação e Fatores de Risco

Esta síndrome pode ser classificada como primário e secundário, dependendo se ocorre de forma isolada ou se é uma consequência de outras patologias (por exemplo, doenças auto-imunes).

Os principais fatores de risco para o olho seco são:

  • Idade avançada.
  • Sexo feminino.
  • Doença inflamatória das pálpebras, como blefarite e rosácea.
  • Fármacos (como antidepressivos, ansiolíticos, anti-histamínicos).
  • Doenças do tecido conjuntivo e autoimunes (como artrite reumatoide, sjögren, lupus).
  • Fatores hormonais.
  • Fatores ambientais.
  • Alimentação pouco equilibrada.

Diagnóstico

O diagnóstico fundamenta-se na avaliação oftalmológica em conjunto com a história clínica do doente.

Tratamento e Prevenção

O objetivo do tratamento é de restaurar a homeostasia da superfície ocular. Quando é possível identificar uma condição que está a causar o olho seco o tratamento consiste primeiramente em resolver esse problema específico.

Podem ser implementadas diversas medidas terapêuticas, como:

  • Lágrima artificial regular
  • Uso de fármacos oculares ou sistémicos.
  • Higiene palpebral.
  • Evitar a exposição prolongada de ar condicionado.
  • Evitar ambientes com fumo.
  • Alimentação equilibrada.
  • Óculos de sol para proteger os olhos de agressões externas.

Existem várias opções terapêuticas para o olho seco e a sua abordagem vai depender da causa e da gravidade do olho seco de cada caso em particular.

O olho seco para além de reduzir a qualidade de vida dos doentes aumenta o risco de infeções e lesões da superfície do olho.

Fonte: Dra. Ana Maria Cunha – Oftalmologista – Equipa COGE

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