ESTRATÉGIAS PARA PAIS E FILHOS…
O momento de um procedimento invasivo a uma criança traz sempre ansiedade/medo por parte dos pais e apreensão por parte dos profissionais devido a todas as variáveis. Sendo assim, para o total sucesso é necessário trabalhar em equipa, tendo em conta que este trabalho começa em casa pelos pais e termina no local de colheita/vacinação pelos profissionais. Para isso aqui ficam algumas estratégias para minimizar a dor/medo por parte da criança que é sempre a nossa prioridade.
- Informe sempre, sem exagerar na antecedência e sem mentir – Não prepare a criança dias antes do procedimento, falar com ela no próprio dia é suficiente. Explique o que vai fazer e o porquê usando linguagem apropriada à faixa etária. Ex. “vais levar uma pica no braço como se fosse um mosquito a picar, mas é para não ficares doente e poderes brincar muito”.
- Ouça a criança – ajude o seu filho a manifestar quais os seus receios e responda a todas as suas questões com tranquilidade sem banalizar o que ela sente;
- Não minta – Não minta porque é importante que o seu filho confie sempre em si e não se sinta traído/enganado. Explique que vai doer e que não faz mal se ele chorar. Pode mesmo contar episódios seus de infância se não forem negativos. Por exemplo: “ Eu também levei picas em criança, chorei muito mas portei-me bem”.
- Prepare-se também – O seu filho vai chorar, vai fazer birra, vai gritar…é normal. Nem sempre se consegue realizar o procedimento à primeira tentativa por diversas variáveis – se assim acontecer deve reagir com naturalidade e compreensão para com o profissional de saúde.
- Leve objectos importantes para a criança – incentive o seu filho a levar com ele um brinquedo que ele adore. Cantar e contar histórias durante o procedimento também pode ajudar;
- Colabore com o profissional de saúde – A vacina/colheita de sangue é o melhor para o seu filho. É essencial permanecer firme e transmitir à criança total confiança no profissional de saúde e em todo o procedimento. Sempre que possível fique perto do seu filho e ajude na contenção corporal – existem formas de contenção corporal em muito semelhantes a abraços fortes e mimos;
- Realizar o procedimento é obrigatório – Nunca de a opção ao seu filho de querer ou não realizar o procedimento quando tem a plena certeza que não existe alternativa e ele certamente se recusará. Usar frases como “não queres fazer isto?”, “coitadinho”, “a enfermeira é má”, só fará que a criança pense que pode não executar o procedimento e exacerba mais a birra.
- Prepare-o também para a sala de espera – Muitas vezes as crianças já iniciam todo o processo assustadas porque ouviam crianças a chorar enquanto esperavam – explique que essas crianças certamente não sabiam o que iam fazer e por isso estavam com muito medo. Transmita serenidade.
- Vá falando com ele, não o reprima por estar a chorar, reforços positivos como “és mesmo corajoso”, “não faz mal chorar”, “és o meu orgulho” são essenciais!
- No fim do procedimento segue-se o processo de dramatização – deixe-o chorar e expor tudo o que sentiu. No final ofereça muitos mimos e felicite-o pela coragem e bom comportamento.
Presente como recompensa, sim ou não?
A decisão de comprar um presente como recompensa vai depender da filosofia de cada família mas se anteriormente ao procedimento houve uma promessa nesse sentido então deve cumprir. Pode não ser um brinquedo mas uma actividade diferente, um lanche, um passeio…tudo isto acompanhado se muitos beijos e abraços para um final feliz!
Enfª Paula Vieira – Equipa COGE
Serviço de colheita de sangue e vacinas disponível na Clínica