Os bebés e as crianças pequenas não conseguem avaliar o perigo e, dependendo da idade, vão querer explorar o meio que as rodeia. Cabe aos pais/cuidadores criarem e manterem ambientes seguros de forma que evitem o risco de exposição ao perigo e, consequentemente, acidentes graves e irreversíveis.
Crianças vítimas de acidentes como asfixia, acidentes de viação, quedas, queimaduras e exposição ao fumo são uma realidade diária nas urgências hospitalares.
Neste sentido, é muito importante que a criança esteja em constante vigilância de forma a evitar riscos desmedidos.
Para que o seu bebé cresça de uma forma equilibrada e possa explorar o mundo que a rodeia em segurança, os pais deverão saber previamente os riscos a que está sujeita e implementar medidas de segurança antecipadamente.
Asfixia
A asfixia ou sufocamento consiste na ausência de oxigénio por algum período. Esta falta de ar pode inicialmente manifestar-se por agitação, olhos muito abertos, respiração ruidosa e tosse. A asfixia em bebés pode ser evitada se os pais tiverem um comportamento vigilante e se adotarem previamente algumas medidas que ajudem a reduzir o risco associado.
Cama ️
- Deite o bebé de costas, com os pés encostados ao fundo da cama e a roupa até aos ombros;
- Verifique se o colchão é bem-adaptado à cama;
- Confirme se o berço/cama de grades têm aberturas <6 cm;
- Retire almofadas, fraldas ou brinquedos da cama;
Sacos ️
- Guarde os sacos de fraldas e as embalagens dos brinquedos fora do alcance das crianças.
Fios/cordões
- Não use camisolas com cordões nem colares ao pescoço;
- Retire os fios compridos dos brinquedos;
- Retire fios de chupetas.
Quedas
Segundo a Organização Mundial da Saúde a queda consiste num “evento cujo resultado é ficar inadvertidamente tombado no chão ou num outro nível mais baixo.”
Neste sentido, os pais têm um papel fundamental na criação e manutenção de ambientes seguros diminuído assim o risco de quedas. No 1º mês do bebé, os principais locais de queda são: mesa de muda fraldas, cama, sofá, ovo e espreguiçadeira/baloiço.
Como prevenir?
- Nunca deixe o bebé sozinho em cima da cama, do sofá ou mesa de muda de fraldas, mesmo que esteja a dormir.
- Se tiver que sair do quarto leve-o consigo ou deite-o no berço, cama de grades ou no chão, sobre uma manta.
- Evite usar o “ovinho” em casa. Se usar não colocar em cima de mesas ou outros móveis e aperte bem o arnês.
- Aperte sempre o arnês na espreguiçadeira e carrinho de passeio.
Queimaduras
Nos primeiros meses de vida, cerca de 75% das queimaduras em crianças são provocadas por líquidos quentes ou vapor. A responsabilidade de confirmar a temperatura da água do banho e do leite é da inteiramente dos pais. É importante que os mesmos reconheçam a importância de verificar a temperatura, adotando assim comportamentos preventivos nesta faixa etária. Na imagem em baixo ilustra-se os sítios onde pode verificar a temperatura. Estes sítios são específicos por terem uma maior sensibilidade ao quente e ao frio.
Banho
Verificar a temperatura da água com o cotovelo/pulso ou com o termómetro. A temperatura da água deverá estar a 36-37ºC.
Leite
Agite sempre o biberão e verifique a temperatura antes de o dar ao bebé, deitando uma gota de leite sobre o seu pulso.
Exposição ao fumo
O tabaco apresenta efeitos nocivos ao longo do ciclo de vida, quer para a pessoa que fuma ativamente, quer para as pessoas que o rodeiam.
A gravidez constitui um momento de oportunidade para mudança de comportamentos na medida em que, na maior parte das vezes, o casal tem maior disponibilidade para a mudança.
Na impossibilidade de mudar comportamentos a curto prazo, deve minimizar os riscos de exposição para o bebé:
- Fumar o menor número possível de cigarros;
- Nunca fumar, pelo menos 1 ou 2 horas, antes de o bebé mamar;
- Nunca fumar junto do bebé;
- Usar um “casaco para fumar” que deverá ser retirado quando a mãe pega ou cuida do bebé;
- Nunca fumar dentro de casa ou à janela;
- Nunca fumar no interior do carro.
Transporte em automóvel
Em Portugal, os acidentes de viação são uma das principais causas de morte em crianças e adolescentes, representando dois terços do total de mortes nestas idades. É também um motivo importante de procura de cuidados de saúde na sequência de lesões e traumatismo.
Neste sentido, deve certificar-se do uso correto de sistemas de retenção para crianças, adequado e devidamente instalado atendendo ao peso e idade da criança.
Até aos 13 Kg ou 75 cm – Grupo 0 e 0+
Certifique-se:
- Carro com Isofix: optar pelo modelo R129 ou i-Size.
- Carro sem Isofix: optar pelo modelo R44/04.
RECOMENDAÇÕES:
- Estas cadeiras devem ser sempre instaladas voltadas para trás.
- É proibida a sua utilização em lugares equipados com airbag frontal ativo.
- Os modelos R44/04 são instalados com o cinto de segurança do automóvel.
- Mudar para uma cadeira maior quando, além de atingir o peso máximo, a cabeça ultrapassar o encosto da cadeira e o arnês/cinto ficar demasiado baixo e não ao nível do ombro.
- Evitar casacos grossos que impedem a colocação do arnês justo.
Fonte: Enfermeira Sandra Ribeiro – Equipa COGE